segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Antes de tudo...

Boa noite...Resolvi escrever essas memórias porque a minha vida foi dividida ao meio em "antes e depois" de ir para a Europa e lá ter vivido de forma frenética  entre idas e vindas ao Brasil.

Isso começou em 2005 quando eu tinha uma vida estável e independente em Contagem MG, onde morava sozinha e tinha um grupo de Dança Flamenca e Teatro dentro da minha casa, além de ser produtora cultural em uma ONG-Associação em Belo Horizonte (minha terra natal) e ainda vendia bombons caseiros para arrecadar, junto aos meus alunos o figurino de nossa peça. Foi uma época mágica e feliz.

Mas estou aqui para falar do que veio depois. Quando resolvi largar tudo que havia de belo e seguro, em busca de algo incerto, inimaginável e aparentemente inseguro.

 Será um relato bem pessoal, leve e de certa forma instrutivo, pois algumas experiências podem ter alguma identificação pelas pessoas que viveram coisas similares, ao mesmo tempo pode gerar curiosidade em quem nunca fez esse tipo de peregrinação. Também pode ser só um tipo de leitura divertida, já que algumas minucias dessas experiências só pertecem à quem as vivenciou, de forma muito peculiar. Espero que gostem.
Gothic Feelings

Meu espetaculo em Contagem. Eu atuando.

Meu nome é Verônica, nascida loira e na época das mudanças tinhas longas madeixas ruivas, fornecidas pela Imedia Excelance da Loreal. Estava no auge do processo de me tornar Balzaquiana e gostava essencialmente de 2 coisas artísticas - Gothic Metal e Flamenco. Não necessariamente nessa ordem.Simples e ao mesmo tempo numa capacidade gigante de criação, eu era bastante comum, alegre e amante das artes, tendo feito um espetáculo em Contagem com alunos brilhantes,( a peça Salomé de Oscar Wilde) numa versão pagã da personagem biblica que pediu a cabeça do Joao Batista numa bandeja de prata. Foi como um filho...Dirigir, atuar, coreografar, etc...Um sucesso. Pena que durou pouco pois meu pensamento, meu coração e minhas atitudes estava divididas entre ser artista e tirar passaporte para conhecer o Velho Mundo.

Uma grande porta havia se aberto, e me vi diante de um sonho que tive desde os 15 anos de idade, e pensava em realizar aos 50. Foi diferente, foi muito maior!

O fato é que em 2005 não havia tanta gente conectada à internet, conhecendo estrangeiros, dominando redes sociais, nem tendo dinheiro de sobra para dar um rolé pela Europa. Não meus amigos e conhecidos.

 Era tudo muito caro. Uma passagem ida e volta para aqueles lados era mais de R$3500,00 e tinhamos um salario mínimo no Brasil de R$ 300,00.

Então eu me via diante de uma oportunidade hoje é como se fosse uma "viagem à Marte", num total e imenso despreparo sobre o que iria ver, e como chegar lá.

Mas sem querer especificar como e porque, eu ganhei a passagem, a estadia e tudo mais. E apesar de estar vivendo um periodo muito favorável e fértil aqui no Brasil, algo muito maior me pedia para entrar naquele vôo da Lufthansa e rumar ao desconhecido... sem culpas, sem medos, sem planejamentos. Apenas ir.

E eu fui.Não foi fácil, mas jamais me arrependi!

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito. Parabens! Dá vontade de saber mais!!!